Saturday, February 21, 2009

Que me cante como antes!!!

...um momento de muitas certezas, traz muitos momentos de dúvidas, dúvidas que no fundo são medos da entrega pelo desconhecido e do profundo!!!
Foi assim, é assim, mas não posso dizer que será sempre assim. As dúvidas que me trazem tantas forças pra poder criar, mas não para ser criado. Uma boa música atingiu um grande sorriso, um encontro, uma boa conexão, mas no fundo uma boa lembrança...a fuga na leitura do desconhecido, pôde aproximar os momentos pelos toques que descobriram juntos, poucos encontros, mas reais, poucos toques, mas sensitivos, é uma busca, há uma busca, mas não há a coragem de poder olhar!
O carteiro eletrônico envia a vontade e a sensação que se passa de um lado, mas não encontra mais a busca pelo cheiro do outro lado, uma boa lembrança de um cheiro num pedaço de roupa, que lhe foi deixado pelo carteiro real, mas um cheiro que se perde na confusão de todos os ideais do momento que o vento sopra pela única busca de entendimento, ou melhor, da perda...
...bom motivo para o recomeço, quase um grand finale da noite em que o tango exagera pelos tímpanos, o grave traz a força, o agudo não se resolve porque quer a complementação...um jardim sem flores, do jardineiro que cortou a mão no caule da flor!!!(a)!!!...volta a cadência do tango, volta, traz, instiga, busca e no fim se perde na dança, como um carnaval de reflexões alegóricas que deixa Marlon Brando deixar o chiclete preso antes de se entregar para a morte, após dançar seu último tango...um última dança seria bom...bjo

Tuesday, August 19, 2008

Jardim do Éden

Um dia acordei, abri a janela e vi tudo muito florido. Pulei a janela e fui direto pro jardim ver o que havia acontecido. Fiquei perplexo, eu mal tinha plantado uma semente e quando a vi estava brotando, a única coisa que pude perceber foi que estava surgindo a Flor(a) que faltava no meu jardim....tudo muito simples e único!

Wednesday, July 16, 2008

Jovita Pereira Dias

Bom, comecei um novo filme, confesso que não foi nem um pouco fácil, ainda mais um documentário (um universo que eu apenas tinha trabalhado como técnico de som ou editor de som).
Há dois anos queria muito fazer uma iniciação científica, o tema era a desconstrução da montagem e do som de alguns filmes, seriam eles: "Outubro" de Sergei Eisenstein, "M" de Fritz Lang, "O bandido da luz vermelha" de Rogério Sganzerla, "Star Wars - uma nova esperança" de George Lucas, "Apocalypse now" de Francis Ford Coppola, "Touro indomável" de Martin Scorsese, "O resgate do soldado Ryan" de Steven Spielberg e "O pântano" de Lucrécia Martel. Quando apresentei o projeto para aquele que seria o meu orientador, André Gatti "O eterno guru", ele virou pra mim e disse:
"- Meu caro, você tá louco?"
Eu sem entender nada virei e disse:
"- Não, porque?"
Ai ele respondeu:
"- Você imagina o trabalho que terá para decupar todos esses filmes cena a cena?"
Devido à isso, resolvi tirar sete filmes e realmente analisar aquele que teve o maior impacto para mim, "O bandido da luz vermelha"!
Confesso que foi uma decisão difícil, mas eu tive que decidir e não me arrependi (até então em ter escolhido o mesmo). Comecei o processo e tive que parar devido a alguns filmes que precisei pegar e também a um estágio na Cinemateca que comecei a fazer!
No fim abri mão de fazer a iniciação científica (não me arrependo!). Passaram dois anos, veio o famoso e tão nebuloso TCC (que podemos traduzir como: Tomando no Cu Certinho), ou seja, inscrevi dois projetos: um documentário sobre a analise da montagem e do som do filme do Sganzerla e uma ficção que seria um Western (projeto engavetado e aguardando um dia ser filmado!). A banca acabou escolhendo o primeiro projeto, justificando o seguinte:
"-Pô, a gente ter um filme no formato de documentário seria incrível, ainda mais com essa temática, poxa, belo projeto!"
Aí que eu saquei o que era toma no cu! E tomei!!
Comecei uma pesquisa imensa sozinho com a ajuda de dois orientadores que acabei escolhendo, O Eterno Guru e Dona Suzana Reck Miranda, a mulher de todos os sons!
Fiquei lendo todos os críticos e teóricos, entre eles: Jean Claude Bernardet, Jairo Ferreira, Ignácio Araújo, Ismail Xavier e etc. Passei a dobra tudo isso com autores de livros sobre documentários: Bill Nichols, Silvio Da-Rin (que foi um presente maravilhoso que o Leandro Goddinho, artista único e fiel amigo, me deu!), Lúcia Nagib, Amir Labaki, além de ler tudo o que o Rogério escreveu ou o que disseram sobre ele e o filme e rever o filme quase que duas vezes por semana!
Confesso que foi do caralho todo esse esforço. Mas ainda continuava sozinho no projeto, e o Gatti dizendo:
"-Acorda meu filho, você ainda não tem equipe?"
Ai eu pensei:
"-Eu podia me formar em áudio ou montagem do filme de algum amigo e pronto!"
Bom, passaram-se meses, acabou chegando maio e a água literalmente bateu na bunda. O professor Luiz Adriano solta um e-mail dizendo:
"Caros alunos,
Quem não entregou os últimos pedidos que eu solicitei, terá notas baixas!"
Eu pensei:
"Fudeu, tomei no cu certinho!"
Ai comecei a correr atrás de equipe, até então eu tinha a fotógrafa, e eu mesmo estava produzindo, ou seja, estava sobrecarregado. No fim de abril e começo de maio eu precisei parar tudo para fazer dois curtas, um em sequência do outro, seriam eles: "Uma História de Borboletas" de Luciana Okawara e Érika Fromm (4 diárias em São Paulo) e "Nicolau e as Árvores" (4 diárias em Guararema). Foi tudo lindo, foram filmes realmente legais de se ter participado, infra-estrutura ótima pro trabalho, mas quando voltei dessa aventura, recebi a notícia que a fotógrafa ia fazer intercâmbio. Não pensei duas vezes em incentiva-la, acho que eu mesmo gostaria de ter essa oportunidade, conversamos e foi muito bom ver a decisão dela pra ela, mas de qualquer forma, eu novamente estava sozinho no projeto, tinha que correr atrás de uma equipe!
Chegou em meados de maio, convidei duas amiga muito inquietas que tenho, uma tem aquele jeito único da Lisa Simpson, toda organizada e a outra tem aquele ar de produtora mesmo, mandona, agilizada e cheia de artimanhas em conseguir os contatos que eu precisava, apresentei o projeto pra elas e as mesmas aceitaram na hora, fiquei muito feliz!
Juntos decidimos convidar uma terceira produtora, aquela que iria estar direto no set e na correria, além de ser extremamente sexy!
Resolvi convidar um primo meu que um dia comentou que gostaria de experimentar o som, não pensei duas vezes, ele topou!
Cara eu já tinha 3 pessoas, isso era demais, ai uma grande amiga voltou de viagem, sempre tivemos um lance de querer trabalhar juntos mas não batia os projetos, chegamos a conversar sobre algo, mas ficou meio que no papel, lancei pra ela:
"-E aí, quer fazer a foto do bandido?"
Ela soltou um sorriso e ficou super feliz!
Pronto eu tinha minha equipe, ah lembrando uma priminha (sabe aquelas que quando somos jovens ficamos de sunguinha brincando com o esguicho?!), mais nova, hoje com 19 anos, e grande montadora, ela ainda não sabia que ia montar, e ficou sabendo mais tarde e falou:
"-Porra velho, fiquei sabendo pelo primo que eu vou montar seu filme!"
Aí eu respondi:
"- Oh prima, você é a minha Thelma Schoomaker (montadora dos filmes do Martin Scorsese, essa velhinha é sinistra, tem cara de vó, mas deixa a bichinha sentar na moviola pra você ver violência!)!"
Aí ela soltou aquele sorrisinho de criança italiana feliz de ganhar um doce na festa de São Genaro, enquanto os nossos avós dançam a tarantella!
Pois bem, quem iríamos entrevistar? 1. Pessoas vivas que participaram do filme; 2. Profissionais que são aficcionados pelo filme; 3. Pessoas próximas do diretor; 4. Sempre tem alguém que lembramos depois!
Conseguimos encontrar a assistente de montagem, já que o montador do filme infelizmente faleceu para tristeza do cinema brasileiro, o mago Sylvio Renoldi.
Jovita Pereira Dias era o nome dessa senhorinha (pequenina, magrinha, falando baixinho, e ainda oferecendo uma cafézinho), morando em uma casa no Taboão da Serra, fomos eu, o primo, a fotógrafa, uma das produtoras e um novato na equipe assistente de produção e serial killer no trânsito (eu confesso que andar com esse cidadão é mais emocionante que pular do Sky Coster do PlayCenter!
Começamos a filmar, o filho de Jovita também foi montador e precisava de atenção, o sujeito não parava de falar, coitado, carente, mas naquela hora não meu amigo! Jovita nos recebeu muito bem, no começo estava um pouquinho quieta e um pouco apreensiva com a situação de ser entrevistada por um estudante de cinema!
Chega o momento mais lindo do dia, entrego pra Jovita uma cópia do filme para fazer uma cena da mesma assistindo, e ela diz algo único:
"- Eu confesso que nunca vi o filme!"   
Cara, me senti muito bem, fiz algo que eu mesmo não esperava, aquela senhorinha que foi assistente do Renoldi e montou diversos filmes da Boca do Lixo, nunca tinha visto a obra-prima que ajudou a fazer, ali eu ganhei o dia!
A entrevista foi linda, fiquei super feliz, o primeiro passo foi dado, paramos depois num butecão na rua da Consolação pra comer um PF, e ficamos conversando sobre aquela tarde maravilhosa para todos nós!
Enfim, nasce um novo bandido, um novo delírio, um novo filme, uma nova equipe, uma parceria para todos!
O bandido ressurge no ano que completa 40 anos de avacalhações!
Só digo uma coisa:
"- QUEM TIVER DE SAPATO NÃO SOBRA!"

28/06/2008

Monday, November 19, 2007

A Verdade Por Trás Do Sumisso!

Bom,
Não sei o que seria uma inspiração de fato, só sei que não tenho tido ela já faz algum tempo!
Comecei esse blog por acaso e minha intenção é que ele fosse diferente de todos os outros, que não tivesse fotos, que não tivesse listas dos melhores de mostras de cinema, ou os melhores do ano (na cultura pop em geral), a grande verdade é que me afastei dele, porque eu também não sei. Nas últimas semanas muitas pessoas me escreveram perguntando porque não estavam tendo mais atualizações dentro desse espaço, a grande verdade é que passei a escrver para pessoas, pessoas que passaram a ter uma importância muito grande na minha escrita, elas sim se tornaram inspirações. Outra coisa que foi primordial, foi que passei a ficar muito ocupado com diversos filmes (entre eles o meu, "Crônica de uma Imagem Musicada", além de filmes de amigos e trabalhos aleios que aparecem para editar, fazer sons e etc), além de ter me apaixonado, e isso fez com que eu assumisse a roupagem de um artista na fossa, e escrevi muito, mas muito mesmo, mas escrevi coisas muito pessoais, que não caberiam aqui divulgá-las...é para uma pessoa que foi uma grande passagem na vida!
Gostaria de desculpá-los por essa grande ausência, foi realmente fogo isso, quantas vezes não entrei nesse blog e tentei escrever algo e fiquei pardo olhando a tela branca e nada vinha, nada mesmo. Isso é uma situação horrível, forçar algo é horrível, não tem jeito.
Bom, no fundo esse pequeno lamento, já se tornou uma nova publicação, divido com vcs, e espero que poderei não enrolar-los mais, e voltarei com petardos para que todos voltem a cuspir na tela de seus monitores!
Espero que dessa vez eu esteja de volta!
Beijo a todos

Obs: Todos temos nosso lado fraco, basta expô-lo!

Sunday, July 01, 2007

Martin Scorsese - Mio Maestro

Martin Scorsese fez parte da primeira geração de cineastas formados em cinema (acadêmicos). A forma de conseguir retratar a violência urbana se deve muito ao forte contato com a violência na vida real (ele nasceu e cresceu em uma das regiões mais violentas de Nova York, a Little Italy - uma espécie de bairro Bexiga nos EUA). Devido a forte formação como teórico e cinéfilo, seus filmes dialogam desde o cinema europeu (vide Neo-realismo Italiano - Roberto Rosselini; Nouvelle Vague Francesa-Godard e Cia; Cinema Independente Americano-nesse caso o cinema de John Cassavetes; Cinema Clássico Americano-Orson Welles, Cecil B. DeMille, Howard Hawks e John Ford; Nouvelle Vague Japonesa-Ozu e Cia e o Cinema Europeu Scandinavo- pensem no grande e único Ingmar Bergman). Além de grande cineasta, Scorsese foi professor da Universidade de Nova York, deu aula pra ninguém menos q Spike Lee (O filme Clockers, 1995, q no Brasil saiu com o nome de Irmãos de Sangue, era para Scorsese dirigir, mas resolveu apenas produzir e ver o aluno Spike assumir a direção!). Nessa volta ao meu blog, trago uma pesquisa que fiz à algum tempo sobre curiosidades de alguns filmes...boa leitura, prometo a vcs que acompanham esse blog q agora voltarei com uma certa frequência...no próximo trarei minha viagem pessoal à Espanha, ou melhor, Madri!
Bjo à todos


Caminhos Perigosos (Mean Streets, 1973):

-O filme marca a primeira parceria entre Martin Scorsese e Robert De Niro.

- Apesar de ser considerado um dos mais importantes longas sobre Nova York, muito pouco de Caminhos Perigosos foi filmado lá. A maior parte das gravações foi feita em Los Angeles.

- Além da participação creditada como Jimmy Shorts, Martin Scorsese também aparece rapidamente em uma foto, ao lado de Harvey Keitel.

- A narração do início do filme, embora seja do personagem Charlie, não foi feita por Harvey Keitel. Scorsese a gravou para que houvesse a idéia de distinção entre as ações e os pensamentos de Charlie.

- A mãe do diretor, Catherine Scorsese, é a mulher que ajuda a personagem Teresa quando esta tem um ataque de epilepsia.

- Os financiadores originais queriam Jon Voight no papel de Charlie, mas o ator se recusou a participar.

- Depois do lançamento de Boxcar Bertha, em 1972, John Cassavetes e John Millius aconselharam Scorsese a dirigir um projeto mais pessoal, o que o levou a terminar o roteiro de Caminhos Perigosos e produzi-lo.

- Para a trilha deste filme, Scorsese usou muito de sua coleção musical particular.

- Caminhos Perigosos foi realizado sem o conhecimento do sindicato, que teria tornado a produção financeiramente impossível.


Taxi Driver (1976):

- Vários executivos de estúdios estiveram com o projeto de Taxi Driver em suas mesas, sendo que um deles sugeriu que o cantor e compositor Neil Diamond fosse escalado para o papel de Travis Bickle (que felizmente ficou com Robert De Niro).

- Antes de Martin Scorsese ser contratado, Brian De Palma também foi considerado para assumir a direção de Taxi Driver. No entanto, os produtores decidiram por Scorsese após assistirem a Caminhos Perigosos (primeira parceria do diretor com Robert De Niro) em um sessão fechada. A proposta então foi feita, mas Scorsese disse que só aceitaria se De Niro interpretasse o personagem principal.

- Para se preparar para o papel de Travis Bickle, Robert De Niro trabalhou como taxista durante um mês, dirigindo 12 horas por dia. Além disso, ele também estudou vários livros sobre doenças mentais.

- Harvey Keitel conheceu cafetões de verdade para se preparar para seu papel. A seqüência em que seu personagem dança com Iris (Jodie Foster) foi improvisada e é uma das poucas cenas que não focaliza Travis Bickle.

- A clássica cena em que Travis Bickle conversa consigo próprio no espelho (“Are you talking to me?”), foi totalmente improvisada por Robert De Niro.

- O estranho corte de cabelo de Robert De Niro não era real. O maquiador Dick Smith criou uma “falsa careca” que cobriu a cabeça do ator e, então, usou pêlo de cavalo para fazer o novo cabelo do personagem.

- Martin Scorsese afirma que a cena mais importante de Taxi Driver é a que Travis Bickle telefona para Betsy tentando marcar um segundo encontro. Nesta seqüência, a câmera se move para o lado e faz uma panorâmica para um longo corredor vazio, próximo a Bickle. Segundo o diretor, o movimento da câmera sugere que a conversa entre os dois é muito dolorosa e penosa para ser ouvida.

- Segundo Robert De Niro, a seqüência do tiroteio final ficou particularmente longa, devido a problemas técnicos e ao humor que surgiu da tensão criada pela carnificina da cena.

- Robert De Niro é baleado na nuca em Taxi Driver. Em Caminhos Perigosos, de 1973 e dirigido por Martin Scorsese, o ator também é baleado na nuca em uma cena do filme.

- Martin Scorsese faz duas aparições durante o filme:
- ele pode ser visto sentado atrás de Betsy, enquanto ela caminha, em câmera lenta, em direção à central da campanha de Charles Palantine;
- e também interpreta o marido enraivecido no táxi de Travis Bickle. Na verdade, esta participação especial só aconteceu porque o ator que faria aquele papel não apareceu no set no dia da gravação.

- A mãe do diretor Martin Scorsese aparece em uma foto de jornal que mostra os pais de Iris. Esta foto pode ser vista mais tarde, no final do filme, pendurada na parede do quarto de Travis Bickle.

- A garota que Jodie Foster conheceu para se preparar para seu papel faz uma participação especial no filme. Ela é uma das amigas que Iris encontra na rua.

- O filme pornô que Travis Bickle leva Betsy para assistir é o documentário sueco Kärlekens språk, de 1969, sobre educação sexual.

- Devido a quantidade excessiva de sangue na seqüência do tiroteio no bordel, o diretor de fotografia Michael Chapman concordou em dessaturar as cores na pós-produção do filme. Isto explica por que o sangue parece ser rosa e não vermelho nesta cena.

- Bernard Hermann não havia aceitado compor a trilha sonora de Taxi Driver até que viu a cena em que Travis Bickle molha um pedaço de pão com bebida alcóolica. Este foi o último trabalho do compositor, que faleceu na noite de Natal de 1975, algumas horas depois de completar as sessões de gravação da trilha.


New York, New York (1977):

- A primeira edição do filme durava quatro horas e meia. Martin Scorsese a diminuiu para 153 minutos, depois para 136. Em 1981, parte do material foi restaurada e a edição final ficou em 163 minutos.

- O musical Happy Endings teve um custo extra de US$ 350 mil para ser produzido.

- Quando Robert De Niro tenta se hospedar em um hotel, ele dá o nome Michael Powell. Trata-se de um diretor que influenciou bastante Scorsese.

- Muito do filme foi gravado nos mesmos palcos dos musicais dos anos 40. Por isso, Liza Minnelli foi assombrada pela memória de sua mãe, Judy Garland.

- Liza usou o mesmo camarim e cabelereiro de sua mãe, e até a imitava em entrevistas.

- De Niro aprendeu a tocar saxofone para dar realismo à sua performance. Mas, apesar de saber o básico, a música que se ouve na trilha foi dublada pelo músico Georgie Auld, membro do elenco.

- A mulher loira que De Niro observa dançando com um marinheiro no metrô, à noite, é Liza Minnelli usando uma peruca.

- A produtora Julia Phillips teve uma ponta silenciosa, flertando com De Niro no começo do filme, em uma boate. Depois de filmada a cena, ela pediu para ficar com seu figurino, um vestido de gala negro. Julia acabou retirada do set quando Scorsese pediu-lhe que fizesse um cheque para pagar pela roupa.

- O diretor chamava New York, New York de um “filme noir musical”, e encorajava seus atores a improvisarem.

- A canção “And the World Goes Round” foi a única filmada ao vivo, já que as demais foram pré-gravadas e dubladas.

- A música-tema de New York, New York foi alterada devido à insistência de Robert De Niro. A contragosto, John Kander e Fred Ebb escreveram uma nova versão, que entrou para a história. Desde então, os compositores são gratos a De Niro pela influência.


Touro Indomável (Ranging Bull, 1980):

- Robert De Niro ganhou 27 quilos para interpretar Jake La Motta mais velho. Foi um recorde na época, superado somente sete anos mais tarde por Vincent D’Onofrio, que engordou 31 quilos para participar de Nascido Para Matar.

- Na preparação para o papel, Robert De Niro passou por um intenso treino físico e participou de três lutas de verdade em Brooklyn. De três, ele venceu duas.

- Enquanto estudava o personagem, Robert De Niro se encontrou pessoalmente com Jake La Motta e os dois ficaram muito próximos. Passaram as filmagens inteiras juntos para De Niro interpretá-lo da maneira correta. La Motta disse que De Niro tinha habilidade para ser um boxeador e que ficaria feliz em ser seu treinador e agente.

- Beverly D’Angelo fez teste para o papel da esposa de Jake La Motta, Vickie. Na mesma época, ela tentava participar de O Destino Mudou Sua Vida, então, Scorsese escolheu Cathy Moriarty (que os produtores haviam visto antes de Beverly), para ela poder participar da outra produção, onde interpretou todas as canções de sua personagem, a cantora Patsy Cline, e foi indicada ao Globo de Ouro.

- No roteiro original de Touro Indomável, havia uma cena em que La Motta se masturbava em sua cela.

- Os efeitos sonoros dos socos foram feitos esmagando melões e tomates. Já os sons dos flashes de câmera se apagando foram conseguidos com barulhos de tiros. Para evitar que esses efeitos fossem copiados, os técnicos destruíram as fitas originais onde eles foram gravados.

- A cena na grade, onde Jake La Motta conhece Vickie, não estava no roteiro. Ela foi toda improvisada por Robert De Niro e Cathy Moriarty.

- Robert De Niro quebrou acidentalmente uma costela de Joe Pesci durante uma cena de boxe. A tomada aparece no filme: é aquela em que De Niro atinge Pesci do lado e ele geme. Rapidamente, o ângulo da câmera muda.

- Há uma cena em que La Motta provoca Joey. Originalmente, ele perguntava: “Você comeu minha mulher?”. Martin Scorsese não achou que a reação de Pesci à pergunta foi forte o bastante, então, pediu a De Niro que fizesse outra: “Você comeu sua mãe?” O diretor também não disse a Pesci que o roteiro indicava que ele seria agredido.

- Para aumentar visualmente a crescente fúria de La Motta e diminuir sua estatura, Martin Scorsese filmou as últimas cenas de boxe em um ringue maior.

- Martin Scorsese faz uma ponta no filme. Ele aparece durante uma luta, pedindo a La Motta para subir no ringue.

- O pai de Martin Scorsese faz uma ponta como um dos mafiosos em volta dos irmãos La Motta, na mesa do clube noturno Copa.

- Para ficar visualmente melhor no filme preto-e-branco, foi usado chocolate para servir como sangue.

- O roteiro original foi vetado depois que um dos produtores disse a Martin Scorsese e Robert De Niro que La Motta parecia “uma barata”. Os dois reescreveram o roteiro, sem assinar, para tornar o boxeador mais humano.

- Embora apenas alguns minutos de boxe apareçam no filme, as cenas foram coreografadas com precisão, levando seis semanas para serem gravadas.

- John Turturro faz sua estréia no cinema como um homem em uma mesa, na cena que se passa no Webster Hall. Coincidentemente, ele e Robert De Niro já interpretaram personagens chamados “Billy Sunday” em outros filmes. Turturro viveu o técnico Billy Sunday em He Got Game, de 1998, e De Niro foi o comandante Leslie W. Billy Sunday, em Homens de Honra, de 2000.

- Quando La Motta discute com sua primeira esposa por causa do bife, um vizinho começa a gritar com ele. Esta cena não estava no roteiro e, pior, o homem no outro apartamento não sabia que aquele era Robert De Niro, nem que um filme estava sendo rodado. Com todo seu talento, De Niro respondeu ao sujeito e se manteve no personagem, não desperdiçando a cena.


O Rei da Comédia (The King of Comedy, 1983):

- Johnny Carson, Frank Sinatra e Dean Martin foram considerados para o papel de Jerry Langford, vivido por Jerry Lewis.

- Para deixar Jerry Lewis nervoso, já que seria gravada a cena em que Rupert Pupkin destrói a casa de Jerry Langford, Robert De Niro usou termos anti-semitas para xingar o colega. Lewis, que não conhecia esse método, ficou chocado e insultado, mas teve uma boa atuação.

- Martin Scorsese faz duas pontas: como um diretor de televisão e como o homem ao lado do motorista na van verde, vista atrás de Jerry Langford, quando este atravessa a rua e é cumprimentado por uma senhora.

- Na cena em que De Niro e Sandra Bernhard discutem na rua, os três membros da banda que insultam a personagem da atriz são Mick Jones, Joe Strummer e Paul Simonon, da banda inglesa The Clash.

- No roteiro original, Rupert seria espancado enquanto questionado pelas autoridades que procuram por Jerry.

- Os segmentos do talk-show foram filmados em videotape, como em um verdadeiro, e depois usados no longa. Uma versão não-editada do monólogo de Jerry pode ser vista nos extras do DVD.

- Como preparação para seu papel, De Niro estudou as apresentações do comediante Richard Belzer.

- O “convidado misterioso” de George Kapp era um verdadeiro professor de química de Nova York, nas décadas de 60 e 70.

- Nos primeiros três dias de filmagem, Jerry Lewis ficou frustrado, porque não trabalhou. Ele disse a Scorsese que era um profissional, seria pago por aqueles dias e que, se sua presença não fosse necessária, que lhe avisassem antes.

- Scorsese disse, algum tempo depois, que fazer este filme foi uma experiência perturbadora, em parte por causa do material constrangedor e amargo do roteiro. O diretor também afirmou que ele e De Niro ficaram um tempo sem trabalhar juntos, porque as filmagens de O Rei da Comédia foram emocionalmente extenuantes.


Depois de Horas (After Hours, 1985):

- A conversa entre Paul e o segurança no Clube Berlim é, em grande parte, retirada do livro Diante da Lei, de Franz Kafka.

- Dentro do clube, sob a luz em uma das plataformas, o diretor Martin Scorsese pode ser visto.

- Exibições-teste levaram à rejeição do final alternativo que mostrava Paul permanecendo preso como uma estátua.

- A cena em que Griffin Dunne está na estação de metrô é uma referência a Um Lobisomem Americano em Londres (1981), um trabalho anterior do ator.

- Scorsese disse a Griffin Dunne que evitasse fazer sexo e dormir durantes o período das filmagens, para dar mais realismo à paranóia de seu personagem.

- Tim Burton era a segunda opção como diretor, mas Scorsese ficou disponível devido ao adiamento das filmagens de A Última Tentação de Cristo (1988).

- Uma das idéias para a conclusão do filme mostraria Paul engatinhando para se esconder do mafioso dentro do útero de June, e ela lhe “daria à luz” em uma estrada.

- Antes de gravar a cena em que chega ao quase vazio Clube Berlim, Griffin Dunne foi ao bar no outro quarteirão, pediu bebidas para os clientes e saiu correndo sem pagar. A cena começa logo depois que isso aconteceu, com as pessoas perseguindo o ator.

- O roteiro de Joseph Minion foi sua tese apresentada na Columbia Film School.

- A cena em que as chaves são jogadas para Paul foi filmada com a câmera, que estava presa a um quadro de madeira, sendo jogada do telhado, amarrada por cordas.

- O cinesta inglês Michael Powell estava sempre nos sets, porque namorava a editora Thelma Schoonmaker. Quando ninguém sabia como concluir o filme, foi Powell quem disse: “Ele tem que terminar de volta ao trabalho”. Esta opção foi considerada muito improvável e abandonada, e outros finais foram filmados. Mas o único que todos concordaram ter funcionado foi o sugerido por Powell.


A Última Tentação de Cristo (The Last Temptaion of Christ, 1988):

- A primeira vez que Martin Scorsese leu o livro de Nikos Kazantzakis foi em 1972, quando a atriz Barbara Hershey lhe deu uma cópia enquanto eles trabalhavam em Boxcar Bertha, primeiro filme do diretor. Depois que ela soube que Scorsese finalmente conseguiu a oportunidade de adaptar a obra, ela lhe pediu para interpretar Maria Madalena. Para garantir que não a estava escalando de favor, o cineasta fez um teste de cena com Barbara antes de lhe dar o papel.

- Em tentativas anteriores de levar A Última Tentação de Cristo para as telas, Martin Scorsese escalou Robert De Niro e Aidan Quinn, respectivamente, para interpretar Jesus. Quando o filme pôde finalmente ser realizado, Willem Dafoe ficou com o papel.

- Quando Martin Scorsese tentou produzir o filme por volta de 1983, ele escalou Sting no papel de Pôncio Pilatos. Mais tarde, outro músico, David Bowie, foi escalado em seu lugar.

- De acordo com o diretor Martin Scorsese, a tomada final de A Última Tentação de Cristo não foi intencional. A câmera usada para filmar a cena estava defeituosa e entrou luz no magazine da película, causando o embranquecimento no ponto exato em que Jesus falece. Scorsese só descobriu isso quando o negativo foi revelado. Acaso ou intervenção divina?

- Alguns historiadores alegam que Pôncio Pilatos nasceu na Escócia, onde seu pai era um comandante centurião. Ao saber disso, o comediante Billy Connolly tentou convencer David Bowie a representar Pilatos como um escocês. Mas o ator preferiu não seguir a recomendação do amigo.

- Willem Dafoe passou três dias sem enxergar absolutamente nada, porque a equipe teve que pingar muitas gotas de colírio para dilatar suas pupilas na luz do sol, criando, assim, um efeito sobre-humano em seus olhos.

- Repare que os judeus do filme têm sotaque americano, enquanto os romanos possuem sotaque britânico.

- A voz de Satanás é dublada por Leo Marks (Peeping Tom), roteirista inglês cujo trabalho Martin Scorsese assume ter grande influência sobre sua carreira.

- Até fevereiro de 2001, A Última Tentação de Cristo não podia ser legalmente assistido no Chile, devido a uma imposição da Igreja Católica chilena. Se você tentasse importar um DVD ou VHS do filme, ele seria barrado na alfândega.

- O longa também esteve banido na Bulgária até janeiro de 2002. Ele não podia ser exibido na TV, por determinação da Igreja Ortodoxa búlgara. Uma emissora chegou a programar o filme para exibição, mas teve seus planos frustrados devido a esta imposição.

- A estréia de A Última Tentação de Cristo na TV britânica, em meados dos anos 90, ainda detém o recorde de maior índice de reclamações recebidas devido a uma transmissão televisiva. A emissora responsável pela exibição foi a Channel 4.

- Na cena em que Jesus está no templo e soldados romanos parecem vir de todas as direções atrás dele. No entanto, foram usados os mesmos cinco atores para cada tomada, pois o orçamento da produção era baixo e foi preciso economizar na contratação de figurantes.

- Devido ao baixo orçamento da produção, os envolvidos no projeto tiveram que contribuir eles mesmos com alguns detalhes para a realização do filme. A atriz Barbara Hershey, por exemplo, tinha que reaplicar ela mesma suas tatuagens, que desmanchavam por causa do calor do deserto, porque não havia maquiadores suficientes para todos os atores.

- A Universal Pictures só concordou em produzir A Última Tentação de Cristo se Martin Scorsese fizesse em seguida um filme comercial. Em 1991, ele dirigiu a refilmagem de Cabo do Medo para o estúdio.


Os Bons Companheiros (The Goodfellas, 1990):

-Durante a filmagem da cena em que o personagem de Michael Imperioli é assassinado por Joe Pesci, o ator quebrou um copo na mão e precisou ser levado a um pronto-socorro. Lá, os médicos notaram que ele tinha um ferimento no peito, que parecia ter sido causado por um tiro, e já se preparavam para medicá-lo. Quando Imperioli contou aos doutores o que realmente aconteceu e que aquele ferimento era falso, eles o fizeram esperar por três horas antes de ser atendido. Na época, Martin Scorsese disse ao ator que um dia ele ainda contaria essa história no programa The Tonight Show. E isso de fato aconteceu em março de 2000.

- A pedido de Scorsese, Joe Pesci escreveu e dirigiu a cena em que seu personagem discute perguntando: “You think I’m funny?” (ou, “Você me acha engraçado?”).

- A tomada que mostra Joe Pesci atirando em direção à câmera é uma referência visual ao curta The Great Train Robbery (1903), no qual a tomada final mostra o vilão, George Barnes, atirando da mesma perspectiva.

- Os Bons Companheiros é baseado no livro Wiseguy, escrito pelo roteirista Nicholas Pileggi, que, por sua vez, é baseado em uma história real. O longa foi rebatizado como Goodfellas para não ser confundido com o filme Wiseguy, de 1987.

- Existe uma rivalidade histórica entre os personagens de Joe Pesci e Frank Vincent na filmografia de Martin Scorsese. Em Os Bons Companheiros, Tommy (Pesci) espanca Billy Batts (Vincent) até a morte. Em Touro Indomável, o personagem de Pesci novamente bate no personagem de Vincent e quase o mata. Já em Cassino, Vincent tem sua vingança e assassina o personagem de Pesci em uma plantação de milho.

- O personagem de Michael Imperioli, Spider, leva um tiro no pé por demorar a preparar bebidas. Em um dos episódios do seriado Família Soprano, o personagem do ator atira no pé do empregado de uma padaria por fazê-lo esperar.

- O ator Mike Starr interpretou o personagem Frenchy novamente em Assalto Milionário, filme feito para TV em 1991, baseado nos mesmos fatos que inspiraram Os Bons Companheiros.

- A palavra “fuck” é dita 246 vezes durante o filme, na maioria pelo personagem de Joe Pesci.

- Segundo Joe Pesci, depois que sua mãe assistiu a Os Bons Companheiros, ela disse que gostou do filme, mas perguntou por que ele precisava xingar tanto.

- O verdadeiro Henry Hill (interpretado por Ray Liotta) se mudou para Redmond, Washington, onde abriu um restaurante italiano. Depois do lançamento de Os Bons Companheiros, ele mudou novamente de cidade. Aliás, uma de suas filhas na vida real aparece como figurante na cena do casamento.

- Reza a lenda que o verdadeiro Jimmy Burke ficou tão contente ao saber que Robert De Niro o interpretaria no cinema, que ligou para o ator da prisão para lhe dar algumas dicas. O roteirista Nicholas Pileggi nega que isso tenha acontecido e diz que De Niro e Burke nunca se falaram. No entanto, ele admite que havia pessoas nos sets que conheciam muito bem os personagens principais.

- Jimmy Burke faleceu em 1996, na prisão, vítima de câncer no pulmão. Em Os Bons Companheiros, é dito que ele seria colocado em liberdade condicional em 2004.

- Na cena em que Hery e Karen Hill estão negociando para entrar no Programa de Proteção a Testemunhas, o ex-advogado Edward McDonald interpreta a si mesmo, reencenando algo que ele havia feito na vida real.

- A mãe de Martin Scorsese, Catherine Scorsese interpreta a mãe de Tommy (Joe Pesci). Ela improvisou toda a cena do jantar. O pai do diretor, Charles Scorsese, também aparece no filme vivendo um prisioneiro que coloca muita cebola no molho de tomate. Sua voz também pode ser ouvida na cena em que o Jimmy fica sabendo da morte de Tommy.

- Aliás, depois que fica sabendo que Tommy está morto, Robert De Niro bate o telefone da mesma forma que Joe Pesci faria, pois o movimento é uma das marcas registradas do ator.

- Para a gravação da seqüência montada com a canção “Layla”, Martin Scorsese cantou alguns versos no set de cada cena, para que elas fossem filmadas no ritmo da música.

- A longa tomada que termina com a performance de Henny Youngman teve que ser filmada várias vezes, porque o comediante sempre esquecia suas falas.

- O quadro que a mãe de Tommy mostra a Jimmy, Henry e ao filho é baseado em uma foto publicada na revista National Geographic, de novembro de 1978.


Cabo do Medo (Cape Fear, 1991):

-Para viver Max Cady, Robert De Niro pagou US$ 5 mil para um dentista fazer seus dentes parecerem estragados. Depois das filmagens, pagou mais US$ 20 mil para voltá-los ao normal.

- As tatuagens de De Niro foram feitas com tintas vegetais, que saíram após alguns meses.

- Gregory Peck e Robert Mitchum, astros do filme original, fazem participações neste remake, assim como Martin Balsam, que viveu Mark Dutton na versão de 1962.

- Tanto Nick Nolte quanto Robert De Niro tiveram que passar por mudanças físicas, já que Nolte era maior e bem mais forte, o que não cairia bem para os personagens. Ele acabou perdendo peso, enquanto De Niro ganhou mais massa muscular se exercitando. No filme original, o advogado (Gregory Peck) também era um pouco maior que seu perseguidor (Robert Mitchum).

- De Niro fez pesquisas sobre crimes envolvendo violência sexual e sugeriu a cena em que seu personagem morde a vítima.

- Martin Scorsese faz uma ponta como um cliente comprando frutas.

- Pela primeira vez na carreira de Scorsese, a presença do roteirista do filme foi permitida no set. No caso, Wesley Strick.

- Steven Spielberg estava escalado para dirigir o longa.

- A cena no auditório foi escrita para ter uma perseguição, mas Scorsese queria que houvesse a sedução.

- A cena do pântano no fim foi gravada no parque estadual John U. Lloyd. Uma tempestade fez a equipe abandonar os sets por quatro dias, para que depois fosse produzida uma tempestade cenográfica.

- Este foi o primeiro filme de grande orçamento de Scorsese.

- Robert Redford foi considerado para o papel de Sam Bowden.

- Foi aqui a última aparição de Gregory Peck em um filme com lançamento no cinema. O ator se aposentou em 1998 e faleceu em 2003.

- Reese Witherspoon fez teste para o papel de Danielle Bowden (que ficou com Juliette Lewis).

- George C. Scott iria interpretar o Tenente Elgart, mas se afastou por problemas de saúde.

- A trilha sonora de Elmer Bernstein não é apenas uma variação da que Bernard Hermann compôs para o filme original. Ela traz trechos não usados da trilha de Cortina Rasgada (1966), também de Hermann.


Cassino (Casino, 1995):

- Se você acha que Os Bons Companheiros detém o recorde de uso da palavra “fuck” (246 vezes), saiba que Cassino quase dobra essa marca. No filme, podemos ouvir 422 “fucks” falados pelos personagens, o que dá uma média de 2,4 “fucks” por minuto.

- Sharon Stone passou vários dias de filmagem sentindo dores. Ela sofria de um problema nas costas devido a um antigo ferimento. Para piorar, o vestido branco e dourado usado por ela dentro do cassino pesava cerca de 20 quilos.

- Madonna chegou a ser considerada para o papel de Ginger, mas Sharon Stone convenceu Martin Scorsese a escalá-la.

- Cassino é baseado na vida do chefe de cassinos Frank “Lefty” Rosenthal, rebatizado como Sam “Ace” Rothstein para o personagem de Robert De Niro.

- O sobrenome de Sam “Ace” Rothstein vem do conhecido mafioso Al “The Brain” Rothstein, que treinou os criminosos Frank Costello e “Lucky” Luciano como chantagistas.

- Nicky Santoro, personagem de Joe Pesci, foi baseado no gângster de Chicago Tony “The Ant” Spilotro. Assim como é mostrado no filme, Tony e seu irmão foram realmente espancados e enterrados numa plantação de milho em Indiana, em 1986.

- O proprietário da loja de jóias que é assaltada pela gangue de Nicky é joalheiro na vida real e trabalha em Las Vegas. Sua fala, 'I just got a shipment of diamonds from Israel' (ou, “Eu acabei de receber um carregamento de diamantes de Israel”), não estava no roteiro.

- Frak Cullotta, chefe substituto de Tony “The Ant” Spilotro no final dos anos 70, faz uma ponta em Cassino como um assassino profissional de cabelos grisalhos, pouco antes do final do filme. Cullotta entrou para o Programa de Proteção a Testemunhas antes do incidente da plantação de milho acontecer. Ele não estava presente no local, ao contrário de Frank Marino, personagem que foi inspirado em Cullota.

- Oscar Goodman, que interpreta o advogado de Sam, é advogado na vida real. Ele já defendeu vários mafiosos que tinham ligações em Las Vegas. Em junho de 1999, ele foi eleito prefeito da cidade.

- O personagem de K.K. Ichikawa foi construído com base na vida de Akio Kashiwagi, figurão importante em Las Vegas durante os anos 70 e 80. Mais tarde, no final da década de 80, ele esgotou todos os seus créditos nos cassinos e ficou devendo milhões de dólares a vários proprietários (entre eles o magnata Donald Trump). Foi assassinado em sua casa, em Tóquio, pela máfia japonesa Yakuza, em 1992.

- Para evitar problemas de continuidade que freqüentemente ocorrem com personagens fumantes, Robert De Niro sempre segurava seus cigarros na mesma distância a partir da ponta, para que o comprimento deles não parecesse ter mudado.

- As cenas fora do cassino fictício Tangiers foram filmadas em frente ao antigo cassino Landmark. O prédio do Landmark foi demolido mais tarde e sua implosão pode ser vista no filme Marte Ataca!.

- Cassino foi filmado inteiramente em Las Vegas Valley. As cenas que se passam no interior do cassino e do escritório foram rodadas no famoso Hotel e Cassino Riviera. As cenas da introdução foram gravadas na rua Fremont Street, em Downtown Las Vegas – atualmente, o local está fechado para trânsito de carros.

- As cenas no interior do Riviera foram filmadas entre 1h e 4h da manhã, para que a atividade do cassino não fosse interrompida. Mesmo não querendo que as gravações atrapalhassem os negócios, os proprietários do estabelecimento, visando atrair mais jogadores, colocaram uma enorme faixa do lado de fora, dizendo “Robert De Niro, Sharon Stone e Joe Pesci estão filmando seu novo filme Cassino aqui!”

- Antes do lançamento do filme, Martin Scorsese dizia ter criado a cena da “cabeça no tornilho” como um sacrifício, pois estava certo de que ela seria cortada pela MPAA (Motion Picture Association of America). O diretor esperava que isso desviasse a atenção dos censores e outras cenas violentas não fossem alteradas. Quando soube que a MPAA não havia reclamado da cena, ele a deixou no filme, embora tenha a editado levemente da versão original.

- Quando James Wood ouviu que Martin Scorsese estava interessado em trabalhar com ele, o ator ligou para o escritório do cineasta e deixou a seguinte mensagem: “Any time, any place, any part, any fee” (ou, “A qualquer hora, em qualquer lugar, para qualquer papel, por qualquer salário”).

- Para garantir detalhes realistas ao filme, Martin Scorsese contratou indivíduos em liberdade condicional para servirem como consultores. Da mesma forma, o diretor contou com a ajuda de vários agentes do F.B.I. que prenderam esses mesmos sujeitos.

- Em Cassino, as trapaças usadas no jogo de Blackjack fazem parte de uma técnica conhecida como “spooking”. Ela é considerada altamente ilegal.

- Em Os Bons Companheiros, Tommy (Joe Pesci) mata Billy Batts (Frank Vincent). Em Cassino há a revanche: Frank Marino (Vincent) colabora na morte de Nicky (Pesci).

- Na gravação da cena em que Nicky Santoro é jogado dentro do buraco na plantação de milho, Joe Pesci quebrou a mesma costela que havia fraturado nas filmagens de Touro Indomável.

- O nome do personagem de Joe Pesci em Os Bons Companheiros é Tommy DeVito. Em Cassino, este é o nome do ator que interpreta um trapaceiro distribuidor de cartas.

- Nick Mazzola interpreta um distribuidor de cartas de Blackjack que briga com Nicky no cassino Tangiers. O ator também viveu um distribuidor de cartas do Caesar’s Palace, em Rain Man.


Gangues de Nova York (Gangs of New York, 2002):

- Quando foi planejado, em 1978, o filme traria no elenco a banda inglesa The Clash. O projeto acabou engavetado e Martin Scorsese ofereceu aos músicos uma participação em O Rei da Comédia, como a banda Street Scum.

- Quando iria ser filmado no começo da década de 80, o projeto foi cancelado porque, frente ao fracasso de Portal do Paraíso (1980), da United Artists, os estúdios ficaram com medo de bancar produções muito caras.

- Se tivesse conseguido filmar quando começou a planejar o filme, Scorsese chamaria Robert De Niro para o papel de Amsterdam.

- A Nova York do século 19 foi recriada nos estúdios da Cinecittà, em Roma. Quando George Lucas visitou os gigantescos sets, disse a Scorsese que aquilo tudo poderia ter sido criado digitalmente.

- O sotaque da Nova York do século 19 foi inventado, já que não existiam registros precisos. Daniel Day-Lewis adotou um que usou durante todo o tempo de filmagem, até fora dos sets.

- Hell-Cat Maggie e a maioria dos nomes de gangues mencionados eram realmente usados naquela época. Muitos dos personagens mostrados no filme estão enterrados no cemitério Green-Wood, no Brooklyn.

- Robert De Niro e Willem Dafoe foram considerados para o papel de Bill “Açougueiro” Cutting.

- Durante a filmagem de uma briga, Leonardo DiCaprio quebrou o nariz de Daniel Day-Lewis, que continuou atuando.

- Elmer Bernstein foi contratado para compor a trilha sonora, que foi gravada nos estúdios Abbey Road, em Londres. Mas sua música foi substituída no último minuto.

- Daniel Day-Lewis disse em entrevistas que, para se preparar para o papel, escutou músicas do rapper Eminem.

- O orçamento original era de US$ 83 milhões – acabou em US$ 97 milhões.

- Bill Cutting foi inspirado em Bill Poole, líder de gangue da Nova York verdadeira. Ele também era conhecido pelo apelido de Açougueiro e tinha o mesmo prestígio mostrado no filme.

- Apesar de o tumulto mostrado no fim do filme ser bem fiel à história, Bill Poole, que inspirou Bill Cutting, havia sido morto anos antes.

- Heather Graham, Monica Potter, Vinessa Shaw, Melanie Lynskey, Mena Suvari e Claire Forlani fizeram teste para o papel de Jenny, que ficou com Cameron Diaz.

- Tobey Maguire foi considerado para o papel de Johnny Sirocco. Henry Thomas foi escalado.

- As últimas palavras de Bill, “Morro como um verdadeiro americano”, foram também as últimas palavras de Bill Poole, sua contra-parte verdadeira. Acredita-se que ele tenha sido morto pelo filho de um irlandês, assassinado por ele.

- A edição original do filme tinha uma hora a mais de duração.

- Quando DiCaprio toma seu medalhão de Cameron Diaz, o sangue no pescoço da atriz foi inserido digitalmente na metade final da cena.

- Mesmo tendo terminado a produção depois dos ataques de 11 de setembro, Scorsese manteve as torres gêmeas no fim do filme. Afinal, ele queria falar dos que construíram a cidade, não dos que tentaram destruí-la.


O Aviador (The Aviator, 2004):

- Michael Mann estava escalado para dirigir O Aviador, mas havia acabado de sair de duas cinebiografias, O Informante (1999) e Ali (2001). Por isso, decidiu ficar com a função de produtor e ofereceu o roteiro a Martin Scorsese.

- Este é o primeiro filme que conta com o envolvimento da produtora de Leonardo DiCaprio, a Appian Way.

- Barry Pepper iria interpretar o engenheiro chefe de Howard Hughes, Glenn Odekirk, mas sua agenda não permitiu, já que ele tinha que filmar Mr. Ripley’s Return.

- A produção foi atrasada em outubro de 2003, quando um incêndio queimou vários sets na Califórnia.

- Gwyneth Paltrow estava certa no papel de Ava Gardner, mas desistiu. Os produtores, então, escalaram Kate Beckinsale (que ganhou mais de 9 quilos para viver a famosa atriz).

- Sardas foram cuidadosamente pintadas nos braços, rosto e peito de Cate Blanchett para que ela se parecesse mais com Katharine Hepburn. A atriz usou três perucas ruivas ao longo do filme e ainda assistiu aos 15 primeiros filmes de Katharine, a pedido de Scorsese, para copiar seus maneirismos e postura. Além disso, Cate aprendeu a jogar golfe e tomou vários banhos gelados, como a falecida veterana fazia.

- Só o figurino do longa consumiu US$ 2 milhões dos estimados U$ 116 milhões do orçamento.

- As cenas de Jane Lynch como a aviadora Amelia Earhart foram cortadas.

- Várias cenas usadas em O Aviador são realmente dos filmes de Hughes, Hell’s Angels (1930) e O Proscrito (1943).

- A voz do operador com quem Hughes conversa na sala de projeção é do próprio diretor, Martin Scorsese.

- Cate Blanchett achava essencial reproduzir o sotaque de Katharine Hepburn, característico da classe alta da Nova Inglaterra, exatamente como era. Para isso, teve aulas com o preparador Tim Monich, com quem havia trabalhado em O Talentoso Ripley.

- Scorsese planejou que cada ano mostrado na produção se parece com um filme em cores da época. Para isso, o cineasta recriou o visual do Cinecolor e de um primitivo Technicolor, como podemos constatar na cena que envolve Errol Flynn: as ervilhas no prato de Hughes são azuladas, como seria na época.

- Nicole Kidman foi considerada para o papel de Katharine Hepburn. Quando a produção foi atrasada por alguns meses, Cate Blanchett ficou disponível, após filmar Desaparecidas (2003). Scorsese afirma que Cate sempre foi sua primeira opção.

- Outros projetos sobre a vida de Howard Hughes que nunca chegaram a sair do papel:

- o ator e diretor Warren Beatty pretendia realizar a cinebiografia, como fez em Reds;

- John Malkovich e seu parceiro Russ Smith tentaram em 1993;

- Os irmãos Hughes, Allen e Albert, queriam Johnny Depp no papel principal;

- Brian De Palma iria dirigir o longa para a Touchstone, mas o orçamento de US$ 80 milhões não permitiu;

- em janeiro de 2002, Jim Carrey iria estrelar o longa para a Castle Rock, mas a produção acabou ficando atrás do filme de Scorsese e foi engavetada.

Fontes: IMDB; Scorsese on Scorsese, David Thompson e Ian Christie, ed. Arte & Comunicação (o livro e o documentário feito pela HBO) e claro os filmes do homi!

Obs: Procurem Saber!
Obs 2: Meu primeiro curta-metragem de ficção, Crônica de uma Imagem Musicada, está no forno e logo mais estará por ai para a degustação de todos!

Monday, February 12, 2007

Lucrécia Martel

Caros leitores,
Na última quinta-feira, tivemos a ilustre visita de nada mais nada menos que:
Lucrécia Martel!
Sim, uma das grandes diretoras do cinema argentino contemporâneo e porque não dizer, do mundial!
Eu não pude ir na palestra da mesma, mas foi pensado nisso que resolvi publicar um "ensaio" que fiz sobre o cinema dessa grande diretora. Espero que todos vocês gostem, e que ainda não conhece o trabalho dela, vá atrás, porque vale muito a pena!
Boa leitura:

"Falar de um cinema tão particular quanto o da cineasta argentina, Lucrécia Martel, é uma tarefa muito complicada. Optei em poder divagar sobre a arte cinematográfica da cineasta, por encontrar elementos únicos em seus filmes. Lucrécia faz parte da geração neo-realista do atual cinema argentino, geração está que tem ovacionado o mundo afora através dos festivais internacionais. Essa geração surgiu após o estouro que foi o filme, A História Oficial (1985) de Luis Puenzo, consagrado com o Oscar de melhor filme estrangeiro e a Palma de Ouro de melhor atriz para Norma Alejandro (O Filho da Noiva). Devido a esse sucesso muitos cineastas recém formados nas universidades de cinema de Buenos Aires e na escola de documentário de Santa Fé, passaram a realizar filmes autorais e com uma preocupação muito importante: retratar o cotidiano do próprio país.
Apesar de possuir nomes fortes como o de Fernando Solanas (La Hora de Los Hornos, 1968 & Memórias do Saque, 2004), Fernando Birri (Tire Dié, 1960 & ZA 05, 2006) e do fotógrafo Ricardo Aronovich (Os Fuzis, 1964 & São Paulo S/A, 1965), uma crise financeira se instalou no país fazendo muitos realizadores pensar que o cinema argentino estava com seus dias contados. A resposta para a crise veio logo em seguida com os mega sucessos, Nove Rainhas (2000) de Fabián Belinsky (El Aura, 2005), Plata Quemada (2000) de Marcelo Pineyro (O Que Você Faria?, 2005) e O Filho da Noiva (2001) de Juan José Campanella (Clube da Lua, 2004).
Obtendo resultados impressionantes com premiações, indicações e etc, o cinema argentino ocupou um lugar dentro do cenário mundial nunca antes visto. Pegando carona com esse grupo de realizadores vieram: Pablo Trapero (O Outro Lado da Lei, 2002 & Família Rodante, 2004), Pablo José Meza (Buenos Aires a 100 Km), Paula Hernández (Herencia, 2001) e Lucrécia Martel (O Pântano, 2001 & A Menina Santa, 2004).
Lucrécia Martel mostra em seu cinema peculiaridades e uma sensibilidade única. Analisando seu primeiro filme, O Pântano, Lucrécia trabalha a questão familiar com certa voracidade, o filme narra a história de duas mulheres que são primas, Mecha (Graciela Borges) e Tali (Mercedes Morán) e após um pequeno acidente com Mecha, Tali tenta ajudar a levantar o ânimo da prima, freqüentando sua casa e tentando ser companheira da mesma. Algumas particularidades são interessantes, as duas têm quatro filhos, Mecha tem um marido fracassado que tinge os cabelos, já Tali tem um marido presente que procura proteger a família de forma constante. A família de Mecha vive em uma chácara e passa boa parte do tempo envolvida pela piscina que possuem, já a família de Tali mora em La Ciénaga (nome original do filme) em uma casa sem piscina. Podemos ver como Lucrecia destoa a família, algo muito presente na obra de Ettore Scolla (A Família, 1987) e Mario Monicelli (Parente é Serpente, 1992), demonstra a decadência familiar através dessas duas mulheres, mulheres marcadas pelo sonho não realizado (é incrível como a cineasta coloca Mecha como uma mulher destruída pelas freqüentes traições que o marido aplicou, ela bebe compulsivamente, tem um ar de madame indesejada, já Tali é a típica mulher criada para ser uma boa mãe e uma boa esposa).
Apesar de se tratar de uma ficção, Lucrecia traz elementos de não-ficção ao retratar o povo da cidade de El Ciénaga tendo visões da Virgem, nesse momento acabei refletindo na temática de seu segundo filme, A Menina Santa, onde a cineasta traz uma garota (Amália) que sente como vocação religiosa o fato de ser um objeto de desejo para um médico que está na cidade para um congresso. Nesse ponto Lucrecia vai além ao retratar a desilusão religiosa, lembrando muito os ideais retratados pelo espanhol Luis Buñuel em seus filmes. Sua fúria figura toda a tela com um olhar santo desarmando a podridão de um homem desiludido. Vale ressaltar que a desilusão é muito presente na obra da cineasta, quase uma tragédia grega.
Uma coisa que chama a atenção na obra da cineasta é a relação entre a meninas nos dois filmes, fica claro a admiração que existe entre as personagens femininas, umas pelas outras. A sutileza como a cineasta apresenta esses elementos me fez lembrar o cinema do francês Patrice Leconte (A Garota na Ponte, 1999 & Confidências Muito Íntimas, 2004), onde existe uma paixão que não necessita ser revelada. O tom que se estende pelo ar entre as personagens deixa tudo isso implícito que existe algo além.
Dentro de todo esse conceito, Lucrecia ataca o homem nos dois filmes, ela demonstra a fragilidade masculina. Nos dois filmes os homens são seres frágeis que não conseguem enfrentar as mulheres, em nenhum ponto existe uma discussão, mas mostra que esses mesmos homens são o fruto da infelicidade dessas mulheres. Isso me deixou muito curioso em como a cineasta manipula tudo isso, os homens de seus filmes são inexpressivos, seus olhares são sempre voltados para o chão, suas formas de andar são carregadas de culpa, a voz é leve e frágil.
Deixei para o final dois elementos que acho essenciais para compreensão do cinema de Lucrecia Martel: a água e o som.
Lucrecia tem uma relação coma água muito presente em seus dois filmes, principalmente com piscinas, seus filmes costumam passar no alto verão argentino. Em O Pântano, as duas famílias se inter-relacionam em volta piscina, que de tão suja lembra as águas de um pântano. As discussões entre os personagens e a superação de suas dores estão totalmente envolvidas pelas águas da piscina. Quando Mecha se acidenta com as taças de vinho, esse acidente ocorre na beira da piscina, e quando a família recebe a notícia da morte de Luciano, filho mais novo de Tali, as duas irmãs filhas de Mecha se reúnem em volta da piscina para dividir suas dores no desfecho do filme. Quando penso nessa cena, logo me vem a cabeça à cena final de Menina Santa, onde antes de termos a revelação do abuso do médico com a garota, a cineasta nos presenteia com uma cena lírica entre as duas amigas que trocam confidências ao longo do filme, elas apenas nadam e se divertem.
Lucrecia trabalha tudo isso através do som, ou a ausência do mesmo, lembrando o cinema de Peter Greenaway (O Cozinheiro, o Ladrão, sua Mulher e o Amante, 1989) e Michelangelo Antonioni (A Noite, 1961), trazendo o silêncio absoluto, apenas fica perceptível para um espectador mais atento a respiração dos personagens, a ausência de trilha sonora (a música só é presente no filme quando se tem uma festa ou alguém liga um rádio, música diegética, assim como fez a trupe do Dogma 95’), o som absoluto dos filmes faz com que os mesmos no passem uma sensação de violência explícita, uma violência psicológica, por que em volta de toda essa lama, temos a decadência de duas famílias (no caso de O Pântano) e o desespero na ausência de um certo afeto comunicativo entre duas pessoas (no caso de A Menina Santa).
Lucrecia nos cala com o pouco que expõem através desses dois filmes, fazendo os espectadores saiam da sala de cinema pensativo com o a experiência que acaba de ter".

Saturday, January 27, 2007

Réquiem Em Apenas Um Parágrafo!

As boas intenções falam entre si dentro do mundo pra q os olhos enxergam além de tudo, dentro dessa complicação a alma sofre por sempre sentir a angústia da boa vontade, o desespero fala pra alma q por sua vez conversa com a angústia, os três se juntam pra poder encontrar um novo meio de expressar as lágrimas q os olhos deixam cair pelas ruas esburacadas da av Paulista, o som do I Pobre cadência esses sentimentos e fazem com q a boa vontade se foda, pq o sentimento interno bloquea o olhar externo q busca a essência do ser, as manchas q causam a saudade (o sentimento q a angústia e o desespero ajudavam a alma buscar), tomam a todos como um novo meio de fazer os olhos deixarem de olhar pra baixo e passar a olhar pra frente, onde realmente está a beleza q se busca dentro da vida do homem , a memória ajuda a refrescar a vontade de busca, mas quando menos se espera o q procura, ela aparece, sem dizer, apenas buscando o olhar perdido q vaga pela cidade, saudade, angústia e o desespero caminham de mãos dadas dando um novo sentido pra alma abrir a "janela" e poder olhar sem dizer, apenas observar tudo passar...

Ps: Olhos não se compram...